Ao longo dos anos os avanços da tecnologia têm sido cada vez mais rápido, o que torna difícil acompanhar todos eles, além de gerar alguns dilemas como quem vem primeiro o ovo ou a galinha, ou melhor, o E-book ou o E-reader? Mas antes de chegar ao cerne dos e-books vamos fazer um paralelo com o que ocorreu com os provedores de internet, que na década de noventa, sua principal fonte de renda era a venda de acesso a internet. Após a entrada da banda larga (que reduziu o acesso pelos provedores convencionais) e os portais de conteúdo (que teve como um dos maiores precursores a
Globo.com) que mudaram a forma de conexão e apresentaram conteúdo na internet e fora dela, os provedores convencionais tiveram que mudar a forma de ganhar dinheiro. Passaram a oferecer serviços, melhoraram o conteúdo e a renda passou a vir da audiência alcançada.
Ao meu ver, as livrarias, editoras e autores estão passando por um processo similar ao que passaram os provedores. Precisam mudar a forma de ganhar dinheiro! Com os e-books, não se pode mais pensar em ganhar dinheiro com a venda pura e simplesmente de livros, pois, alguém tem dúvida que haverá pirataria? Não aprovo esta prática, mas sempre haverá um contraventor. Daí precisamos pensar de forma diferente, aproveitar a popularidade muitas vezes gerada pela pirataria e lucrar com ela. Deixem que façam seu marketing virtual e agreguem serviços como os provedores fizeram.
As potencialidades dos e-books são inúmeras e o mercado no Brasil e no mundo são cada vez maiores. Embora vivamos no dilema do ovo e da galinha travado entre editores de e-book e fabricantes de e-readers, o que precisa ser pensado paralelamente a este embate (e-readers não se popularizam porque não existem muitos títulos, os títulos não são produzidos porque os e-readers são poucos e caros) é o modelo de negócio.
A virtualização já é um fato, e a cultura, o conteúdo escrito já estão sentenciado à isto. Os preços precisam cair drasticamente, serviços e recursos precisam ser agregados ao conteúdo dos livros, acesso a internet pelos e-readers. A conectividade vai ser cada vez maior, celulares, netbooks, tablets, tv digital, geladeiras, microondas.... Ops! Me empolguei. Mas aguardem, a interatividade vai fazer parte do DNA da próxima geração. Você acha que o livro de papel (que eu adoro) vai resistir?
Até a próxima!